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Produçăo e Reproduçăo das Formas de Sociabilidade. Dimensŏes territoriais et multi-escalares

Isabel Pauline Hidegard Georges, Cibele Saliba Rizek, Thalles VIchiato Breda (orgs.)

Produçăo e Reproduçăo das Formas de Sociabilidade. Dimensŏes territoriais et multi-escalares

Isabel Pauline Hidegard Georges, Cibele Saliba Rizek, Thalles VIchiato Breda (orgs.), éd. Alameda, 432 pages, ISBN 978-655966143-5

A epidemia da Covid-19 explicitou de forma escandalosa uma combinação de elementos que atestava tanto a continuidade de um modo de sociabilidade polí tica – forma, ao mesmo tempo, persistente e subterrânea de dominação, que perpassa relações de classe, gênero e raça – quanto a novidade (vista como um ponto de inflexão ou como um ponto de difícil retorno) da exposição sem máscaras de um governo de difícil classificação, detentor de traços fascistas combinados a uma forma abertamente autocrática, explicitamente antidemocrática e fundamente governamentalizada, que tomou conta de instituições, relações e conformações sociais no Brasil.

Os programas e políticas sociais estudados são heterogêneos e obedeceram ao que se poderia reconhecer como um ciclo cujo início se deu de modo um tanto titubeante. Esses programas e políticas seriam marcados por oscilações, modulações e por destinos diferentes entre si. Alguns foram estabilizados e, a despeito de todas as inflexões, permaneceram vigentes, ainda que com nomes transformados à luz da mudança de orientação política a partir de 2018 ; outros, mesmo que, em um primeiro momento, tenham tido uma continuidade, foram extintos mais recentemente, em decorrência da profundíssima crise econômica, política, social que já havia se instalado no país, aprofundada e agravada pela pandemia de Covid-19.

Trata-se assim de um balanço que articula as crises, desmanches e tensões e seus desdobramentos sobre programas e políticas sociais.

GEORGES Isabel é Socióloga, Doutora e livre docente (HDR, na França). Pesquisadora do IRD (Institut de recherche pour le développement), é Diretora da UMR 201 Développement et sociétés (IRD/Universidade de Paris I - Panthéon-Sorbonne), na França, docente permanente do PPGS da UFSCar e pesquisadora colaboradora do Cenedic (Centre de Estudos do Direitos e da Cidadania) da USP, Brasil.

Cibele Saliba Rizek é professora Titular do Instituto de Arquitetura e Urbanismo da Universidade de São Paulo, pesquisadora do Centro de Estudos dos Direitos da Cidadania da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da Universidade de São Paulo, Professora Convidada do Programa de Pós Graduação em Sociologia da Universidade Federal de São Carlos, vice-coordenadora do Grupo Teoria Urbana Crítica do Instituto de Estudos Avançados da Universidade de São Paulo e Pesquisadora do CNPq.

Thalles Vichiato Breda é Sociólogo, Doutorando pelo Departamento de Pós-Graduação em Sociologia da UFSCar, Doutorando pela Faculdade de Arquitetura e Urbanismo da Bauhaus Universidade de Weimar (Alemanha) e Editor assistente da Contemporânea – Revista de Sociologia da UFSCar.

Résumé en version française

L’épidémie de Covid-19 a scandaleusement mis à jour une combinaison d’éléments qui attestent à la fois de la continuité d’un mode de sociabilité politique - une forme de domination à la fois persistante et souterraine, qui imprègne les rapports de classe, de genre et de race - et de la nouveauté de la production et de la reproduction des formes de sociabilité - et la nouveauté (perçue comme un tournant ou un point de retour difficile) de l’exposition démasquée d’un gouvernement difficile à classer, avec des traits fascistes combinés à une forme de gouvernement ouvertement autocratique, explicitement anti-démocratique et fondamentalement gouvernemental qui a pris le contrôle des institutions, des relations et des configurations sociales au Brésil.
Les programmes et politiques sociales étudiés sont hétérogènes et ont suivi ce que l’on pourrait identifier comme un cycle dont les débuts ont été quelque peu incertains. Ces programmes et politiques ont été marqués par des oscillations, des modulations et des destins différents. Certains ont été stabilisés et, malgré toutes les inflexions, sont restés en vigueur, bien que sous de nouveaux noms à la lumière du changement d’orientation politique à partir de 2018 ; d’autres, même s’ils ont d’abord eu une continuité, se sont éteints plus récemment en raison de la profonde crise économique, politique et sociale qui s’était déjà installée dans le pays, approfondie et aggravée par la pandémie de Covid-19.
Il s’agit donc d’un bilan qui articule les crises, les démantèlements, les tensions et leurs effets sur les programmes et les politiques sociales.

  • GEORGES Isabel est sociologue, directrice de recherche à l’IRD (Institut de recherche pour le développement), au CEPED (UMR 196 - Centre Population et Développement/Université Paris Cité), en France, et membre permanent du PPGS (Programme de Post-Graduation de l’Université fédérale de São Carlos et chercheuse collaboratrice au Cenedic (Centre d’étude des droits et de la citoyenneté) de l’Université de São Paulo, au Brésil.
  • Cibele Saliba Rizek est professeure titulaire à l’Institut d’architecture et d’urbanisme de l’Université de São Paulo, chercheure au Centre d’étude des droits de la citoyenneté de la Faculté de philosophie, lettres et sciences humaines de l’Université de São Paulo, professeure invitée au Programme de troisième cycle en sociologie de l’Université fédérale de São Carlos, vice-coordinateur du Groupe de théorie urbaine critique de l’Institut d’études avancées de l’Université de São Paulo et chercheure au CNPq.
  • Thalles Vichiato Breda est sociologue, doctorant au département d’études supérieures en sociologie de l’Université fédérale de São Carlos, doctorant à la faculté d’architecture et d’urbanisme de l’université Bauhaus de Weimar (Allemagne) et rédacteur en chef adjoint de la revue Contemporânea - Revista de Sociologia da UFSCar.